Dia: 13 de abril de 2011

Passarinhos Preguiçosos (*).

Passarinhos Preguiçosos (*).

Benjamin de Aguiar
pelo Espírito Eugênia

Consideremos esta metáfora. Há aves de plumagens primeiras, presas ao berço do ninho, que se recusam a abandonar a penugem; ou seja: desapegarem-se da condição original de “infância”. Hora vem, entrementes, em que o lar do ninho – projetado para durar o tempo necessário aos primeiros voos dos jovens passarinhos – começa a naturalmente despedaçar-se, e o passarinho negligente, que não se alimentou nem cresceu, como deveria, em tal espaço de tempo, vem de cair, espetacularmente, e perder a vida física.

Trata-se essa de uma imagem figurada para espíritos displicentes, que, pelo comodismo de se recusarem a amadurecer, psicológica e espiritualmente, deixam-se arrastar para a sina das desgraças de grande e variando porte – entre elas morrer, fisicamente, sem haverem progredido, intelecto-moralmente – sendo assim, compelidas às reencarnações dolorosas das deficiências psicofísicas irreversíveis; ou mesmo, em última e mais grave instância, a exílio coercitivo em mundos primitivos, de molde a que, pela aspereza das vicissitudes a que estejam agrilhoados, sintam-se impelidos ao movimento natural, que se negaram vivenciar, por preguiça, covardia ou orgulho: o voo magnífico da transcendência, da Espiritualidade Sublime, da Iluminação…

(Texto recebido em 9 de abril de 2011.)

(*) Mitólogos, antropólogos e psicólogos junguianos convergem na afirmativa de que pássaros e aves de um modo geral podem ser vistos como símbolo de transcendência ou processo de ascese espiritual.
(Nota do Médium).

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